O lema “Um por todos e todos por um”, do romance “Os Três Mosqueteiros”, do escritor Alexandre Duma, publicado em 1844; é o escolhido para uma reflexão sobre o que significa cooperação.
Agir no modo “um por todos e todos por um” é ajuda mútua.
A cooperação existe desde sempre, mas o espírito de colaborar não está em todos.
É fundamental que todos entendam a importância da cooperação como forma de promover o desenvolvimento.
Fomentar a cultura cooperativa no país é uma oportunidade para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Muita gente possui interesses em comum, mas atuam de forma isolada.
Faz-se necessário, portanto, abandonar o comportamento individualista e ser colaborativo para o seu bem e de todos.
Crenças que afetam o cooperativismo
É comum me deparar com crenças que limitam a cooperação.
A primeira vem daqueles que se sentiram sozinhos em algum momento da vida.
CRENÇA 1: “Já precisei de apoio e ninguém me estendeu a mão”.
Será que ninguém lhe ofereceu ajuda?
Você pediu apoio?
Caso um ou outro, ou todos; tenham lhe negado ajuda, não seria prudente você ajudá-los em algum momento?
Certamente vale a pena refletir.
A segunda refere-se a deixar a pessoa seguir seus próprios passos sem apoiá-lo.
CRENÇA 2: “Deixe ele se virar sozinho para aprender”.
Será que está na hora da pessoa se virar sozinha?
Para caminhar na vida a criança leva um tempo.
A princípio é necessário soltar as mãos devagar, observar os primeiros passos, para depois deixá-la seguir sozinha de forma segura.
Somos seres humanos, portanto, precisamos uns dos outros.
Não viemos ao mundo para ficarmos sozinhos, isolados, nem para seguir à deriva.
Cada pessoa tem seu propósito.
Muitas vezes, não basta dar o anzol para a pessoa pescar, ensiná-la é necessário.
A terceira crença está arraigada nas pessoas egoístas.
Aquelas que querem guardar informações a sete chaves.
CRENÇA 3: “Eu não compartilho conhecimento”.
Durante o mestrado eu compartilhei muitas informações com os colegas; ao término, um colega chegou para mim e disse que iria sentir falta.
Combinei que continuaria a mantê-lo informado.
Aprendi que compartilhar é diferente de dividir.
Quando a gente partilha, automaticamente, multiplicamos.
Aquele que reverbera ódio multiplica esse sentimento em outras pessoas.
O mundo precisa de gente que reverbere coisas boas.
Compartilhar amor gera mais amor.
Jesus compartilhou cinco pães e dois peixes para uma multidão e sobrou alimento.
Entretanto, existem pessoas que são do tipo “toma lá dá cá”.
Ou seja, se ganha, retribui.
Nesse caso a quarta crença limitante é:
CRENÇA 4: “Faço com as pessoas o que elas fazem comigo”.
Precisamos fazer ao outro o que gostaríamos que fizessem conosco.
Não é porque alguém não seja prestativo comigo que eu serei do mesmo modo.
Confesso que em algum momento na minha vida, disse que iria agir como “fulano”.
Mas sabiamente, alguém que estava próximo me respondeu:
– “Agir da mesma forma não seria você”.
De fato.
Afinal, não podemos perder a nossa essência.
Vivemos em um país com o perfil individualista, entretanto, é necessário mudar essa cultura.
Existem aqueles que não acreditam que alguém possa ajudar outra pessoa de forma genuína.
Assim, nasce a quinta crença.
CRENÇA 5: “Fulano está te ajudando?
Por que?
Qual o interesse dele nessa história”?
Contudo, sempre acreditei na importância da cooperação.
O ato de cooperar faz com que as pessoas consigam ir mais longe.
Quando há ajuda mútua, o crescimento é mais rápido.
Além disso, quando a gente transforma a vida das pessoas, transformamos a nossa também.
Eu relatei isso em um vídeo dos 45 anos do Sebrae Minas.
Então, vamos para a última crença.
CRENÇA 6: “Faço a minha parte, ajudo quem está com fome, faço doações das minhas roupas”.
Ajudar alguém que esteja com fome ou doar roupas é importante, mas fazer um pouco mais é necessário.
No entanto, não precisa de dinheiro nem bens materiais para colaborar com o outro.
Uma palavra ou um gesto podem mudar uma vida.
Percebe o quanto as crenças limitantes podem impedir a coletividade?
Comportamento individualista, sem dúvidas, atrapalha o desenvolvimento.
Ficou claro, até aqui, o que significa cooperação?
Conclusão:
É importante cooperar para gerar gerar melhores e maiores resultados.
Vamos cooperar?
Meu sonho é não me deparar mais com as crenças que limitam o cooperativismo e consequentemente afetam o desenvolvimento territorial.
Para promover o desenvolvimento o primeiro passo é mostrar para as pessoas a importância da cooperação para gerar resultados individuais e coletivos.
Existem várias experiências exitosas seja aqui no Brasil ou no exterior.
Quando o individuo se depara com a transformação do outro a partir da cooperação, pode se inspirar, e seguir os mesmos passos.
Afinal, “a palavra convence, o exemplo arrasta”.
Pode acreditar, o ato de cooperar melhora a qualidade de vida das pessoas.
Cooperar é simples.
Como devo começar?
Guia prático da cooperação
A seguir alguns passos importantes para disseminar a cultura da cooperação.
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- Ajudar o próximo
Fique atento às necessidades das pessoas a sua volta.
Muitas vezes, a ajuda pode ser apenas com palavras.
Perceber o que o outro precisa pode salvar vidas.
Você tem noção de quantas pessoas morreram de COVID-19 porque não tiveram apoio de alguém?
Quantas pessoas se suicidaram sem que alguém percebesse que elas estavam em depressão?
Com certeza, podemos fazer algo por alguém.
Pense nisso.
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- Compartilhar
Compartilhe conteúdos com aquelas pessoas que podem ser beneficiadas diretamente.
Sabemos que as informações estão por toda parte, de fácil acesso e gratuitas.
Mas muitas vezes, o que é relevante não chega onde deveria chegar.
Faça a sua parte.
Compartilhe informações e conhecimento.
Experiências compartilhadas não se dividem, pelo contrário, se multiplicam.
Você pode acompanhar parte da história de um líder que vivia compartilhando a sua experiência de vida no artigo: “Caminhe, não fique parado”.
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- Ter atitude
Muitas pessoas oferecem ajuda.
Ligam e se colocam à disposição.
Mais importante que oferecer ajuda é ter atitude, agir.
Só para exemplificar vou compartilhar uma situação vivenciada por mim.
Há um ano atrás, um conhecido me ligou e agendou uma reunião.
A princípio pensei que era sobre trabalho.
Começamos a conversar e ele se ofereceu para me ajudar a seguir com os meus novos projetos.
A partir daí, viramos amigos e ele segue como meu mentor.
Aliás, a ele e há tantas outras pessoas, minha eterna gratidão.
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- Colaborar
Colabore com as pessoas ao seu redor.
Seja em casa, no trabalho, na rua, no lazer, enfim; seja colaborativo.
Você pode ser voluntário também.
Pode se interessar por algo e dispor parte do seu tempo para executar algum trabalho para a sua comunidade, ou em outra área, abdicando de qualquer tipo de remuneração.
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- Fazer junto
Muitas vezes é necessário fazer junto.
Colocar a “mão na massa”.
E está tudo bem.
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- Monitorar
Sempre monitorei algumas pessoas que eu tive oportunidade de ajudar.
Claro, há exceções.
Aquelas que ajudamos na rua, supermercado, dentre outros, não há como medir.
Mas aquelas que tive maior contato, as acompanho pelas redes sociais ou por telefone.
Certamente são gratas por todo apoio que receberam, seja por mim ou outras pessoas.
Emanam energia boa por aí afora.
Há sempre uma maneira de estar perto e conectado, mesmo à distância.
E, por último.
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- Comemorar
Comemore as conquistas das pessoas, do território.
Fique feliz com o sucesso do outro.
Precisamos urgentemente fomentar isso na nossa sociedade.
Comemore por você também.
Afinal, você faz parte da transformação.
Sim.
Quando ajudamos pessoas, vidas são transformadas.
Lembre-se:
Agir de forma coletiva gera melhores resultados tanto pessoal quanto profissional.
Acredite.
Eu faço parte
Cooperar pode ir além, pois você pode fazer parte de uma cooperativa.
Não posso finalizar esse artigo sem mencionar que eu faço parte do cooperativismo.
Essa cultura está em mim desde os meus dezesseis anos.
E um dos princípios que eu mais admiro, é o sétimo:
O “interesse pela comunidade”.
E você, acredita na importância da cooperação como fator de desenvolvimento?